"não é convite pra o sono, Nem jujo pra solidão O livro parece um sábio Que aberto alonga a visão... Estrada que a alma cruza Sem nos deixar ir embora, Janela onde a claridade Não vem do lado de fora... Ao mesmo tempo que lê A gente pode ser lido, Em um suspiro mais longo E até no cenho franzido, Num verso que cria asas Nos traços de uma gravura, Por vezes o pensamento Também permite leitura! "tá" no idioma dos potros No faro dos rastreadores Na entrega das partituras Aos dedos dos tocadores... Na mão que serve de guia. Nos olhos que são ouvidos... Quem lê o mundo em sinais Sabe a razão dos sentidos... Penso que o livro fechado É a boca implorando voz Igual aos sonhos da infância Que se extraviaram de nós… E as folhas amareladas Denotam a preferência: A própria vida se engana Ao ler pelas aparências... Mais certa que a voz do rádio É a previsão do homem rude Sabe se chove ou se venta Bem antes que o tempo mude Sempre é tempo de aprender Seja qual for a leitura... Riqueza que ninguém perde A vida chama cultura!!"