Meu galpão ainda é o mesmo Quem mudou, mesmo fui eu... O coração pediu trégua E a alma não percebeu Seguiu por contas das horas Dos seus mates bem cevados Reverenciando quietudes E sonhos ensimesmados. O silêncio acomodou-se Deixando as coisas quietas Hora do mate solito Da inspiração dos poetas De quando o sonho da gente Ganham formas definidas Silhuetas que fazem parte Das benquerenças da vida. Os silêncios do meu mate Camboneio um a um E os jujos que tem na água Mesclam seu gosto comum. Que sempre tem na saudade Um sabor de despedida Que ás vezes nem maçanilha Tira esse amargo da vida... Sou eu mesmo, do meu jeito Se posso, não vou mudar O meu galpão tem silêncios Que eu gosto de escutar. Simplicidade pra alma (Que se refaz todo o dia) De cuidar tudo na volta Pra tranformar em poesia. Pois outro dia eu mateava Com a solidão no costado Sem me dar conta que a vida Mateava do outro lado. Sem notar que a solidão Na campanha é bem assim... Silente e longe de tantos Quieto e mais perto de mim!