Olha eu nasci e me criei na roça Tenho orgulho desse meu torrão Não acostumo com o clima da cidade Não consigo respirar em tanta poluição Minha caneta foi o cabo da enxada O meu caderno um pedaço de chão Calo na mão e muito suor no rosto Nisso me tornei doutor, eis a minha formação E assim em minha santa ignorância O trabalho nunca me intimidou Eu já sofri até discriminação Mas, são os braços do matuto, que alimenta esta nação Eu já sofri com a discriminação Mas, são os braços do matuto, que alimenta esta nação Hoje estou velho, ficando cansado Já estou sentindo o peso da idade Vejo meus filhos e os netos do meu lado Junto com a minha velhinha, choro de felicidade Minha riqueza poucos conseguem entender E não há ouro que possa comprar Meu tesouro levei anos pra construir Minha família, o é amor que cultivo no meu lar Meu tesouro levei anos pra construir Minha família e o amor que cultivo no meu lar