Philip Martins

Braços de Um Matuto

Philip Martins


Olha eu nasci e me criei na roça
Tenho orgulho desse meu torrão
Não acostumo com o clima da cidade
Não consigo respirar em tanta poluição

Minha caneta foi o cabo da enxada
O meu caderno um pedaço de chão
Calo na mão e muito suor no rosto
Nisso me tornei doutor, eis a minha formação

E assim em minha santa ignorância
O trabalho nunca me intimidou
Eu já sofri até discriminação
Mas, são os braços do matuto, que alimenta esta nação
Eu já sofri com a discriminação
Mas, são os braços do matuto, que alimenta esta nação

Hoje estou velho, ficando cansado
Já estou sentindo o peso da idade
Vejo meus filhos e os netos do meu lado
Junto com a minha velhinha, choro de felicidade

Minha riqueza poucos conseguem entender
E não há ouro que possa comprar
Meu tesouro levei anos pra construir
Minha família, o é amor que cultivo no meu lar
Meu tesouro levei anos pra construir
Minha família e o amor que cultivo no meu lar