Meu sertão virou bagunça quando a chuva começou Eita Zé mas que graça tua santa me mandou A seca pedindo esmola pro inferno se mandou Mas caiu cada trovão no sertão meu senhor Mandacaru partiu no meio com o raio que caiu Dona Maria de joelhos agradecia ao senhor Já fazia muito tempo que eu não sentia um pavor em meu sem (em algum momento lá gerou) Fragmentos coloridos ultrapassando o meio dia no além (em algum momento lá gerou) E eu fiquei estagnado sem saber o que fazer (foi quando a chuva parou) Aí meu gado se afogava E Maria do meu lado Rezava, pedia ao santo Que a ajudasse por favor Que tudo eu ela queria Era um botijão de água Do mar em sua casa Não precisava não senhor Eu sem saber o que fazer Comecei cavar um buraco Foi quando a água lá parava E me salvou desse horror Mas nasceu milho, mandioca E hoje eu vivo de aposta Que quiser acredite, mas eu digo Que o sertão já virou mar Que o sertão já virou mar Que no sertão já vi o mar.