Péri

Carranca

Péri


Bater com força o pilão 
Moer o grão até sangrar 
Catar cada reboco do chão 
Mover os olhos desse lugar 

A vida inteira cabe aqui 
Mas a gente esconde a visão
Prá nunca ver quem vai desistir 
Quem vai chorar solidão

Remeiro na canoa corta a malha do rio 
Navega o velho Chico 
Nesse largo desafio

Olho na carranca 
Espanta a mágoa daqui 
Colhe no deserto suas nuvens de algodão 
Olho na carranca 
Espanta a mágoa daqui 
No quebrar da cumeeira molhou coração

Chora o menino maldizendo uma saudade 
À margem da cidade 
Flutuante que se esconde 
No raso da manhã

Cookie Consent

This website uses cookies or similar technologies, to enhance your browsing experience and provide personalized recommendations. By continuing to use our website, you agree to our Privacy Policy