Bater com força o pilão Moer o grão até sangrar Catar cada reboco do chão Mover os olhos desse lugar A vida inteira cabe aqui Mas a gente esconde a visão Prá nunca ver quem vai desistir Quem vai chorar solidão Remeiro na canoa corta a malha do rio Navega o velho Chico Nesse largo desafio Olho na carranca Espanta a mágoa daqui Colhe no deserto suas nuvens de algodão Olho na carranca Espanta a mágoa daqui No quebrar da cumeeira molhou coração Chora o menino maldizendo uma saudade À margem da cidade Flutuante que se esconde No raso da manhã