Amigo, vem visitar O que resta do sertão Antes que tudo termina E sobre a poluição As mata quase acabando Sumindo os animais As árvores tão coloridas Se foram pra nunca mais Até o Sol não ilumina Porém queima o capim A Lua de outrora linda Parece que está no fim Vem ver a triste cascata Antes que desapareça E fazer pescar de vara Antes que os peixes pereça Subir nas verdes colina Que já estão amarelada Ou pegar algumas flores No vale quase murchadas Fechar os olhos sonhando Tentando reencontrar Aquela mesma paisagem Que imaginava encontrar O progresso é cruel Vai matando a natureza Invadindo o sertão Tirando sua beleza A ganância de alguns homens Vai aos poucos transformando Só pensa viver o hoje Só Deus sabe até quando Esquecem que sobre a terra Virão nova geração E que terão os direitos De vê-la em condição Eu não falo por mim mesmo Até já vivi demais Só penso nos que virão Depois que eu não viver mais O ar que nós respiramos É impróprio para a vida A comida que comemos Tem gosto de inseticida A água que nós bebemos Já não é mais cristalina Está cheia de sujeira Sujeira que contamina Amigo, não se demore Venha logo visitar Pra poder guardar na mente O que vai se acabar E contar para seus netos O que eles talvez não veja Pode ser que ao nascer Os campos já não viceja O que será desse mundo Quando acabar o sertão? Será o fim de toda a vida O final da criação