Cantares de vento livres Da Alma de Don Osíris De Eron e Zitarrosa Martín Fierro, e o idioma O mesmo de Don Caetano E de Noel Guarany Querências de Aureliano Bilingües manos encordadas Desde el vientre de la guitarra Nasceram os rumos do meu canto Fumaças de galpão grande Que fogoneia pairando A lenha bruta molhada Oriunda lá das canhadas Das antigas reboleiras Que os capões ofertaram Pra iluminar os fogões Num gesto da natureza Que parece compreender As raízes dos galpões E o velho petiço pipeiro Que mata a sede da estância Num vai e vem sonolento Pelo caminho sombreado Costeando por entre matos Cantiga de água e madeira Ringindo notas sem graxa E só para na porteira Saludando o gurizito Pelo vício das tronqueiras E estes cantares terrunhos Que a três pátrias pertencem Identifica a minha gente E sua moldura de campo No hay quem possa apagar As origens dos pampeanos Pois a alma dos galpões Ponteia a milonga que canto Pasto antigo dos bocais Tingindo o tendo de couro Sovado pela saliva Destes baguais retovados Que as primaveras devolvem Renovando as tropilhas Da herança de Solanet Que aqui deixou estampada Com a fibra de um gateado E a paciência de um manchado Meu canto de terra bruta De pedra moura empilhada Da madeira falquejada Com a mão sensível do enxó Que nas quarteadas benquistas Levantou rancho e paiol Pra abrigar os pampeanos Ancestrais deste meu povo Genuínos, meus avós Que o sereno batizou