Este é o Baiquara que se alçou no pedregulho Conheço pelo barulho, batendo o remo na enchente Igual capincho, sobe a galope o barranco De barba e cabelo branco, arisco que nem serpente Ele é ventena, foi bagual no Meretrício Carregava como um vício cachaça, China e baralho Trocou a cidade pelas barrancas do rio Se empandilhou com Bugio, Lagarto, Cobra e Leão-Baio Tem mil caguetes num semblante de jesuíta Mais parece um eremita que existiu antigamente Se tem visita, se desmancha em gargalhada Rasgando a boca enrugada, mostrando que tá contente Conhece a pesca, o remanso do Pintado Cachoeira que dá Dourado, águas calmas do Pati Golpeia o remo, parece que Deus o leva Pra pescar Piava na seva e, nos poços, Surubi Nas luas cheias que se banham no Uruguai Acarca'-lhe um sapucay em direção à Argentina Do outro lado, responde a China cantando Atravessa o rio nadando aqui pra pampa sulina Então, o rancho parece que vem abaixo Onde tem China e macho bufando e pedindo achego Até parece que o mundo lasca no meio Dois loucos matando anseios num catre sobre os pelegos Quem resolveu abandonar balda e manha Se enfurnar lá na campanha, da vida, ver as belezas Mora no mato, do mundo, sabe o segredo Misturado ao bicharedo, faz parte da natureza