Os versos do poeta O espelham e refletem As coisas de seu mundo De sua alma inquieta Por isso é que os poetas Um tanto visionários Extraem coisas belas Dos lances mais fecundos Porém jamais esquecem De delatar delírios Cruéis e degradantes Do torto submundo Nem todo verso é tão belo Quando ele chega no fundo Se existem versos singelos Existem versos imundos Frutos de um tempo sem glória Frutos de um tempo sangrento Manchas de dor, nossa história Aberta à força dos ventos Poeta que tem memória Que tem olhos atentos Não mente para o seu povo Como nos sonhos que invento