Percorro pampa e sertão Mirando a imensidão Por este Brasil sem fim Nesta milonga que faço No laço e no contrapasso Pra quem quiser, é assim Sem medo e destemida Milonga cheia de vida Solita, a bem da verdade Quebrando mil preconceitos Matando a bola no peito Com toda a tranquilidade Quando me ponho na estrada Rompendo as madrugadas Enfrento a situação Conheço tipos que exploram A mãe e os filhos que choram Por um pedaço de pão E mesmo assim me mantenho Divido o pouco que tenho No rastro da igualdade E quase nada me toca Mas o que mais me provoca Não ter solidariedade Vou terminando meus versos Tão mergulhados, imersos Despidos de vaidade É um destino cumprido E mesmo que perseguido Prefiro a sinceridade Maior que seja o dinheiro Promessas de um mundo inteiro Sigo não tendo patrão E deste jeito vou indo De boa, sereno, seguindo Conselhos do coração