Não disse nada, amor, não disse nada: foi o rio que falou com a minha voz a dizer que era noite e é madrugada a dizer que eras tu e somos nós. A dizer os mil rostos e Lisboa ao longo do teu rosto se te beijo. À luz de um pombo chamo Madragoa e Bairro Alto ao mar se te desejo. Não disse nada, amor. Juro, calei-me: foi uma voz que ao longe se perdeu. Cuidei que era Lisboa e enganei-me pensei que éramos dois e sou só eu.