O sangue me ferveu na veia inda agora Ó minha senhora, não tens sentimento O coração quase pulou boca afora Fascina e apavora o teu movimento Arriba a saia e mal não pisa o chão - perdição... Marcela! chegou pra rodar no meu terreiro A cobra sinhá, marcela Espuma do mar de fevereiro A saia gira amarela É jogo de azar, é feiticeira Virá da minha costela Requebra sinhá, so dá bandeira Um brilho no olhar Ah, por meu santo amaro, esse amor tão raro Que não tem mais fim Seu colo de princesa, essa chama acesa Quero ter pra mim -- marcela! (marcela! na palma da mão, no candongueiro No prato faca e panela No meu paladar, o seu tempero De cravo, dendê, canela Se o vento apagar o candeeiro Agarro as cadeiras dela No jogo do laço, cavaleiro No lombo dessa gazela!)