Deixei o meu lugar para fingir Sair da escuridão do meu caminho Escrevi na carta aquilo que perdi E encruzilhei-me num novo destino Aqui tu e eu, não éramos um mundo já vivido Tu e eu, não parávamos o ciclo dos sentidos E apenas eu, fiquei à espera de voltar Mas o relógio não parou para ti Deixei a minha idade para sentir A pele da minha infância a sair Na sola do passado vão os passos Que dei sem as botas que hoje calço Aqui tu e eu, não éramos um mundo já vivido Tu e eu, não parávamos o ciclo dos sentidos E apenas eu, fiquei à espera de voltar Mas o relógio não parou para ti Porque tu e eu jurámos no passado um futuro Tu e eu, tentámos ser o traço desse rumo Tu e eu, criámos rio na nossa foz E se o relógio não parou para nós? E se o relógio não parou para nós? E se o relógio não parou para nós?