Fizeste um gesto que alguém foi copiar, Um gesto que era apenas meu para dar. E num instante foste longe no teu jeito de vaguear, Sem sequer reparar. De todos, este eu sei de cor, o gesto que é meu. Pegaste um livro e num momento vulgar, Tocaste o espaço, fintaste o paranormal. Subiste o mundo sem olhar para trás, Num caminho espacial, num gesto em ti banal. De todos, este eu sei de cor, o gesto que é meu. Sobra incerto um gesto, que cega e faz tremer, Num inferno de feroz calor, Que queima o amanhecer. Sobre um beijo desfeito entregas sem saber, O gesto que é meu. Em tela de água fez-se o tempo parar, Um tempo que era escasso para pintar. Em luz dormente um novo enlouquecer, À luz do teu poder, um gesto a adormecer. De todos, este eu sei de cor, o gesto que é meu.