Eu já não sei onde guardar tanta saudade Dos velhos tempos que vivi no estradão Hoje meu peito é um jazigo de lembranças Onde sepultei os velhos sonhos de peão E ao fechar os olhos vejo uma boiada ruminando A relva umedecida na capina Um berranteiro anunciando o fim de mais um dia A noite morna chegando na surdina Eu sou o filho da saudade Eu sou a lembrança do estradão Eu sou a sobra de um tempo tão distante Nada mais que um simples resto de peão Mas todo sonho do passado sempre volta Porque a saudade ressuscita novamente Em pensamento eu vejo tudo que fazia Naquele mundo tão gostoso e diferente Hoje não vejo mais boiada, nem estrada e nem sertão E nem berrante despertando a peonada Eu que já fui de tudo isso um pouquinho, hoje sei O quanto é triste minha vida em outra estrada Eu sou o filho da saudade Eu sou a lembrança do estradão Eu sou a sobra de um tempo tão distante Nada mais que um simples resto de peão Nada mais que um simples resto de peão