Ana era morena de olhos verdes Cabelos negros cor de carvão Manoel morria de amores por ela Que já tinha outro em seu coração. O noivo de ana era um jovem rico Manoel não passava de um simples pintor Pois o destino provava mais tarde Que o moço rico era um grande covarde E não merecia seu grande amor. O olhar tão lindo da moça bonita Por mal incurável perdeu a luz A negra sorte roubou-lhe a visão Jogando em seu ombro uma pesada cruz. Manoel pensou em saber da notícia Embora sabendo que ela não lhe quis Vou doar meus olhos com todo prazer E tudo que tenho e posso fazer Pra que ela ainda volte a ser feliz. Depois de um ano de triste martírio Da cruz pesada que ela carregou Além da cegueira e espera terrível Do noivo covarde que lhe abandonou. Ana foi chamada ao banco de olhos Alguém havia doado os seus Ela imaginava naquele transplante De ser alguém que me ame bastante Pra dar um presente que ganhou de Deus. Parentes e amigos rodeavam seu leito Naquele momento da grande emoção Estava ansiosa para ver o nome De quem lhe devolvia de novo a visão. Pensava que fosse talvez o seu noivo E ao ler o nome manoel, o pintor Seus pranto caíram, pois só lhe restava Chorar com os olhos de quem lhe adorava Daquele que sempre negou seu amor.