Eu nasci na favela e cresci nesse meio Na mesa de jogo eu fazia recreio A escola servia pra me esconder Se a polícia do bairro vinha me prender. Minha fama corria, orgulhoso eu sabia Que os bambas do morro meu nome temia Minha fama de bravo cresceu de repente Em todos os quebra pau eu estava presente Trabalhar para mim era um grande pecado É só de pensar já ficava cansado. Meu ofício é o baralho onde não me atrapalho Dinheiro dos trouxas me vem sem trabalho. Assim levei a vida de cabra indecente Procurando encrenca e surrando inocente Até que certo dia a cana me pegou E lá no xadrez a borracha cantou. Eu pulei, reboleio delegado era duro Foi mesmo na cela onde me acalmei Foi assim que acabou meu cartaz de malandro Nos bares bebendo e na rua brigando Hoje estou na cadeia onde eu vou mofar Ali terei muito tempo para meditar. E os foras da lei nunca mais terão vez Só podem encontrar esse fim que encontrei.