Quem não conhece num cantinho lá de minas As belezas cristalinas e as noites de luar É um recanto onde a serra faz garganta E o som que o galo canta não consegue se espalhar O eco choco de um machado aventureiro Invadindo meu terreiro parece pé ante pé Entrando quarto eu já vou me levantando O sorriso vem brotando com o cheiro do café O sol demora é maior a maior madrugada Obrigando a passarada desdobrar-se em melodias Quem não conhece o recanto onde eu moro No lugar eu adoro é assim que nasce o dia Não tenho inveja de quem possa ser doutor E não sabe dar valor naquilo que aprendeu O meu diploma é minha tranqüilidade Esse doutor na verdade não é feliz como eu Coisa mais linda a gente ver os passarinhos A cuidar dos filhotinhos preenchendo os dias seus E eu sentado na banqueta da pureza Meditando a natureza papeando com meu Deus Linguagem simples que ele gosta de ouvir Todos rogam possuir o que nunca pode ter Enquanto eu no fim que a vida encerra No meu recanto de serra é que desejo morrer