Passei de largo para ver se não te via Se me esquecia do teu doce bamboleio Mas por má sorte caminhaste para mim Olhos gulosos e assim Com o vento a colar teu seio Olha a perninha, a perninha da menina Olha a perninha, a perninha a dar a dar Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar Amor de verão que foi no tempo das colheitas E o teu perfume tinha a naturalidade De quem descansa dos trabalhos e maleitas Nos derriços mais gostosos de uma breve mocidade Olha a perninha, a perninha da menina Olha a perninha, a perninha a dar a dar Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar Mas da seara cortada fez-se farinha Dessa farinha com fermento fiz o pão Ficou-me ao peito essa trigueira rainha Que me roubou alegria ao meu canto e coração Olha a perninha, a perninha da menina Olha a perninha, a perninha a dar a dar Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar Cabeça não tem juízo e a perna é que vai pagar