Já fui no fundo do mar E deitei na cama do tubarão Já vi o mundo por cima Sem retirar os meus pés do chão Já bebi água das nuvens E não deixei cair temporal Já brinquei de esconde-esconde Com as onças bravas do Pantanal Já fui no eixo da terra Fiz um conserto de hora e meia Já fui de a pé no infinito E dei um beijo na Lua cheia Já fui dentro de um vulcão E apaguei a erupção Já ergui só de areia Um palacete sem pôr as mãos Já fui no buraco negro Até o fundo não achei nada Já tirei leite na pedra Depois comi a sua calhada Já dei um nó na goteira E até hoje ela não pingou Já entrei em uma arena Só de leões que me adorou Já fui no poder da igreja E no errado eu dei um fim Já fui num terreiro forte E fiz um bicho correr de mim Já fui na casa de um bruxo Cortei de guasca o charlatão Já fui até em Brasília Pedi pro homem olhar pra nação