Na estrada de chão batido Depois que passa a boiada Sinais de milhões de cascos Ficam na terra pisada Também no chão do meu peito Morada do coração Ficaram rastros de mágoa Na estrada da solidão Chão batido é terra dura Onde não nasce capim Hoje eu carrego um pedaço Deste chão dentro de mim Planto esperança e não nasce Planto fé não dá raiz Só a lembrança é que brota Neste meu peito infeliz A boiada da esperança Há tempos já foi embora Só há chuva da saudade Dos meus olhos quando choram Molha o chão do meu destino Transformando em lamaçal Sou folha no chão da estrada Caída com o temporal Na estrada de chão batido Onde eu caminho tão só Vejo a flor abandonada Morrer coberta de pó Eu comparo a minha vida Com a vida dessa flor Morri no pó do abandono Ao perder meu grande amor