Que eu andei mal não é segredo Duro como um rochedo E jogando sem sorte Poeta de morte no esporte E no amor sempre mau sucedido Um dia abatido pegando jornal Pra me servir de colchão Ao estendê-lo no chão Li uma notícia que confirmou a minha opinião Estava dura e nana 18 suicídios naquela semana Com a notícia assim lida Encontrei a saída Do problema e da vida Sem perda de um minuto Subi no viaduto E atirei-me no espaço Meu D'us mas que fracasso Eu estava tão consumido Que um ventinho distraído Que estava a soprar Foi me levando pelo ar Pra me largar num fio No alto de santana Voltei a pé para a cidade O que levou uma semana Voltei ao problema Por outro sistema E tomei formicida E tive a maior surpresa de minha vida Descobrindo assim Que o que andavam servindo Aqui no botequim Não era tatuzinho Chá de briga Era tatu mesmo O fazedor de orse de formiga Me deu um frio na barriga E um calor no duodeno Aí fiz a pele do galego Que é pra largar mão de veneno Penso então que o que mais me convém É ficar embaixo do trem Que assim é certo eu entrar bem Sem pensar mais Eu corri para o Brás E joguei a carcaça embaixo de Maria fumaça de 28 vagões E nestas condições O resultado foi fatal Vejam a notícia no jornal Pavoroso descarrilhamento na central Deu tanto morto e estrupiado Que eu fiquei meio chateado Procuro então um padre confessor Que me aconselhou Moço não seja tolo E meta um tiro no miolo Mas bom senhor pois não deu senhor Eu tenho corpo fechado Na tenda paz zulu Duro em colchete embala E a durindana assim resvala em meu peito nu Por esse lado eu não dou chance pra urubu Nem vou morar lá no caju