Eu dei de rédeas ao tempo Me destinei ao passado Passei para a adolescência Cruzei os seus aramados Fui parar na minha infância Apeei emocionado Com o pranto do desgosto O meu rosto foi molhado Então me vi cavalgando No meu tempo de mocinho Senti meu peito inocente Cheio de amor e Carinho Subi o morro dos anos Estradas de muitos espinhos Só o arroio dos sonhos Que cruzada o meu caminho Voltei para adolescência Nesta minha cavalada Onde o Sol da liberdade Aos poucos se apagava As trevas da solidão De mim não se separava A paixão dentro do peito Queria fazer morada Na instancia que hoje vivo Cultivo a felicidade Vou tentando alimentar Uma tropa de saudade Se dou descanso para o tempo Não vejo o passar dos anos Se o vento da sorte sopra Pras chuvas de desenganos Pois nos meus tempos de moço fui amado Fui querido Porém os anos passaram Sou um peão esquecido Eu sinto o frio da velhice Desprotegido da sorte Só vou apear do tempo Pra deitar no chão da Morte