Voltaste Quando minha memória Seguira esquinas vadias Sob a chuva que fazia lama Da poeira do teu senso e morria. Por que chegaste e me acovardaste? Teu corpo, teus seios, como roçaste Nos meus delírios e dos desafios zombaste. Tua boca transmitiu seu vermelho À poesia, onde coagulo meu além-velho? O livro que me deste de presente Envolto pelo bálsamo do desvelo Serviu apenas para adicionar ilusões Interrogando saudações. A dedicatória que ousaste, doeu... Criança, sempre deixas eu ler teus olhos Quando soltam mentiras de gostar; São brilhos seduzindo sonhos: Balas, doces e bombons... Criança, mimada e ludibriada Pelo dote bem-te-quer. Isenta de pena por causar-me malmequer. O berço da vida vai-te embalar, Vai-te magoar, vai-te negociar.... Depois estarei sem volta Na volta do destino Para te envoltar meus braços. Meu coração retarda o agora, Pedaços obscuros, Jogando vestes no atiçar futuro. Trazes o fogo na chuva, o lume do desvio, Violando apreços perante teu preço A centelhar meu pavio. És perte de uma recompensa, Fruto qe plantei de sentença, Estigma da loucura por prazer-mulher?... O poeta que te cala Ao berço da noite embala Tua dedicatória E amordaça o gostar No túmulo da utopia!