Presenciei um casamento No altar da imensidão O padre era o firmamento A igreja era um ribeirão Convidaram os passarinhos Pra registrar a união Desse matrimônio eterno Entre as águas e o capão (Somos frutos desta terra, somos poeira deste chão Rancho que virou tapera, bota que já foi garrão Somos filhos deste rio, que do peito nunca sai Canto que nasceu das águas costeiras do Uruguai) Os peixes tocaram o baile Pra animar a multidão Os bugios apadrinhando Dançavam com devoção Desse casamento antigo Nasceu tanta inspiração Essa costa é meu jazigo Esse canto é o nosso pão