Eu canto o samba De anel no dedo E desafio Muito bamba a mascarado Que pensa Que o samba é privilégio De quem não vai ao colégio, De quem é desocupado. Eu sou do samba Com toda a razão, O samba é arte E tem valor, Precisa a bossa, Precisa a inspiração, Mas isso a gente encontra No malandro e no doutor. Também sou bamba de um morro diferente, Onde sobe muita gente De casaca e de talento. Não tem luar, Mas eu tenho refletor, No terreiro de valor, Que é o meu apartamento. No meu reinado, onde eu vou de elevador Todo bamba é doutor, Fazer samba é diversão. Não é preciso vir no morro da cidade Ao sambista de verdade Só precisa inspiração.