Cravada no interior Até hoje em dia Uma tribo de índios Vive numa cidadezinha Ali já foi aldeia Atrás tem a mata Banhada por um rio E um grande jatobá na entrada Quem se aproxima Desde os tempos antigos Vê os índios sentados Embaixo do jatobá, abandonados Até que a aldeia virou cidade Vieram melhoramentos Gente de fora, um ajuntamento Mas na árvore não mexeram Pois os índios não deixavam E bem quietos junto a ela ficavam Um dia descobriram Que este pé de jatobá É aonde os índios vão Sonhar os filhos que virão Embaixo do pé de jatobá Ficam sentados a imaginar Se vão ser valentes ou magros Viverão da terra ou sumirão Se casam com o filho do branco Ou do irmão Com a cidade crescendo Homens compraram tudo por lá E construíram um supermercado Bem em frente ao jatobá Mesmo assim Com toda movimentação Os índios passam tempos Com os filhos que virão Ali do caixa quem nunca viu se admira Com o sorriso que do índio brota Na árvore, ao sonhar seus filhos Saindo felizes por aquela porta Aonde os índios vão Sonhar os filhos que virão