Quanto sacrifício Quantos ainda dormem Quantos da cor do homem Quantos da cor do muro Do homem puro do homem futuro Quanto já tombaram tantos os fizeram tombar Quantos sorrisos à espera Espera do tom dos olhos Dos olhos secos frios sem esperança Quem fez partir o sonho Quem fez o n’dengue chorar Como foi que nos deixámos sós Como nos perdemos no tempo No tempo nos deixamos ficar Distantes como há tanto tempo Perguntem ao negro velho O que ainda lhe faz chorar Se o partir das correntes As cartas de alforria O futuro à sua frente A utopia de ser gente Chega de tanto sofrer, chega de tanto esperar É hora de acreditar é hora de estender-te a mão E o vento forte do sertão E ao vento forte do sertão responderão Monangambé