Paulino Carrasco

Delírio

Paulino Carrasco


Delírio
Céu vai se abrindo e vem surgindo
Um novo dia, uma nova vida
Outro amanhã

O tempo passa, águas se vão
Ouço o barulho da ventania
Que calmaria

Mas aqui dentro, arde a fogueira
Arrocha o peito, dói solidão
No coração

Caminho a esmo pra te buscar
Quanto mais ando, mais longe estás
Quero voar

Não tenho asas, tenho o pensar
E assim me entrego, me enleva o sono
Pro meu sonhar

Invento um jeito pra te encontrar
Ligeira, adentro, no meu delírio
Pra viajar

Deito na relva, corpo orvalhado
Desnuda espero, o que mais quero
Ver-te chegar!