Paulinho Tó

Luisa e a Cidade

Paulinho Tó


Céu de maio, tanta gente, eu saio pra lhe ver chegar, você chegar
De longe eu fico e miro onde a vista possa lhe alcançar, alcançar
Corro e no cartaz eu vejo e quase morro
Eu quase morro, beijo e quase vejo você, cadê você

Tempestade transborda a cidade pra me derrubar, me derrubar
Navegando contra o tempo venço lento céu e mar
Corro, e no cartaz eu vejo e quase morro
Eu mais que morro, beijo e quase vejo você, cadê você

Luisa, não vai passar
O nosso amor não vai passar
Em nós, milhões de sóis
Milhões de fachos de faróis
É tarde, eu mais que morro, eu vivo na metade
De outra metade, eu morto a parte – eu vivo em você, cadê você

Tempestade transborda a cidade pra me derrubar, me derrubar
E navegando contra o tempo, venço lento céu e mar
Longe, você cartaz eu vejo e morro mais
Eu mais que corro, eu beijo, eu quase vejo você, cadê você
(Eu mais que beijo, eu corro, eu quase vejo você, cadê você)

Nos andares, mil janelas batem voltam sem parar, não vai parar
Mil panelas janelas onde eu vim parar?
Ouço, alguém me chama além
No meio de um grito louco, creio ter ouvido alguém me chamar
Corro, não é possível

Luisa, não vai passar
O meu amor não vai passar
Em nós, milhões de sóis
Milhões de cacos de faróis
Arde, eu mais que morro, eu vivo na metade
Eu viro ovo, eu morro em parte – eu vivo em você, cadê você