Paulão da Tinga

A Riqueza Desta Negra Me Fascina

Paulão da Tinga


Fonte de prazer
Brilha em meu olhar
Tinga, minha restinga
Eu não me canso de te amar
Explode bateria, deixa o povo delirar

Mãe negra misteriosa e fascinante
Fonte de vida e generosa em seu processo
Conforme te fez, o grande criador
Acomodaste os seres do teu universo
O mar foi guardião de suas belezas
Intimidou-se frente à ambição
Atraídos por suas riquezas
Os muçulmanos deram início a invasão

E lá no reino de gana
De Mali e de Songai
Em troca ficou o sal
E o ouro deu bye, bye

Vieram os lusitanos
Na intenção de também explorar
Camelo e caravelas disputavam
O controle do comércio naquele lugar
O mundo vem ao seu encontro 
Trazendo a semente do mal
Plantando em solo sagrado
Discórdia, revolta, de forma brutal

E lá no céu
O Sol vermelho então surgiu
E a alegria sucumbiu
Num devasso de arrasar
Fez a África chorar
Natureza, crenças e reinados
Foram desarmonizados
Resta ao povo africano
Alma, fé e o orgulho
Herança de antepassados