Menino acordado pro mundo No vasto seringal do Acre Vida Acre, saudade, solidão Minha mãe chorando, rezando Pedindo a todos os santos Regresso a Belém do Pará Um rio chamado Muru caxinauá batizou Mandou juntar Tarauacá, mais um de nome Juruá Fez puçanga de água e erva pajé Foi despejar no Amazonas Pedir mulher parindo varão Lutador de cinco rios Não Micamiaba Guerreira de peito cortado, coitadinha Sopro frio encantado nos mistérios da terra Lá no espelho da lua vou pegar Muiraquitã Riscar no vento um pedido Quero amazoninhas nuinhas, bonitinhas, indiazinhas Todas elas com peitinhos Cabelo fava de cumaru Levitando sobre as águas Pra brincar de arco e flecha Com menino de seringal Do Acre não tão Acre Um pouco doce somente da doçura Da infância Menino acordado pro mundo No vasto seringal do Acre Vida Acre, saudade, solidão Minha mãe chorando, rezando Pedindo a todos os santos Regresso a Belém do Pará