Abre os vis olhos Em plena luz do dia Caminha e só vê aos lados Paredes nuas, frias Estranha, estende os braços Toca-as como numa orgia Sente, treme, enxerga Seus pulsos, veias e agonia Vê-se refletir, tal um espelho, Naquela das quais mais temia Oscilante, corre e voa Separa-se de suas próprias vias Foge de si Atordoa-se Afoga-se em sua alma vazia Não se prende nem se encontra Na noite mais clara dos dias Cai a terra, embaralha-se Se entrega à covardia Embebeda-se, condena-se E de fechados olhos Se penitencia.