Olha, que eu vim lá de longe Perdendo raízes, enchendo porões Olha, cruzei tantos mares Pisei novas terras, sofrendo grilhões Mas, meu canto bonito Nem dor, nem corrente jamais abafou Pois, ser livre eu queria Meu Deus, és a força de quem confiou Olha, vendido em leilão Moído em engenhos, plantei meu suor Olha, nos campos roçados Reguei com meu sangue, meu sonho maior Olha, eu venho sofrido Com todo oprimido cantar sem temor Olha, que vem tempo novo Trazer para o povo um dia melhor Olha, rompendo correntes Pra nós, liberdade enfim vai chegar Olha, trazendo esperança O Deus da aliança nós vamos cantar