Partido dos Poetas Pobres

À Esperança Com Carinho

Partido dos Poetas Pobres


Dizem que as crianças crescem
Como plantas num jardim
Quando crescem, viram rosas amarelas
Perdem toda a transparência,
Mostram súbita palidêz

A esperança mata os velhos
E eu preciso de tempo...

Lembra-te do teu amigo morto,
Num sonho ruim?
O teu pai histérico grita,
Você ávido também.
Mas estamos bem assim
Estamos bem...
A esperança mata os velhos
E Eu preciso de tempo....

Hoje não quero você, tua voz, teu afago
Eu quero flores negras, flores negras
Hoje não posso te ouvir,
Eu temo a longevidade...
Eu quero ser cores e perfumes...
Mas estamos bem assim... é como um suicídio.