Era dia de finados o sol brilhava na tarde E naquele campo santo bem no alto da cidade Era grande o movimento com flores e muita gente Chegando de toda a parte pra visitar seus parentes Das sepulturas mais ricas muitos vinham reclamar Que estavam sumindo flores, alguém as via roubar Quando passou um menino com um buquê de flores na mão Todos correram atrás dele gritando: Pega o ladrão Encontraram o pobrezinho soluçando ajoelhado Cobrindo um monte de terra com flores que havia roubado Na cabeceira uma cruz num abandono total Um nome quase apagado maria rosa de tal Perguntaram o que fazia, quase sem poder falar Roubo flores prá mamãe porque não posso comprar Não conheci ela em vida Deus não me deu esta sorte Por isso as flores mais belas eu lhe dou depois da morte Todos voltaram pensando como cabe tanto amor Num coração tão pequeno hoje coberto de dor Aos que seguiram o menino foi grande a compaixão Com as flores prá mamãe deram a ele o perdão