Palmeira e Luizinho

Sabugo de Milho

Palmeira e Luizinho


Êta viola danada
Parece que qué falá
Cante uma moda, caboclo
Cante que eu quero escuitá

Me ajuda meu companheiro
Pra esse moço escuitá
Nóis vamo contá uma história
De fazê as pedra chorá

Eu inda tinha vinte ano mais ou meno
Quando fiquei conhecendo uma cabocla trigueira
Perante Deus nóis casemo na capela
E esta flor tão singela ficou minha companheira

Mas com esse verso cantado
Com tanta sinceridade
Com vancês devia mora
A dona felicidade

Por muito tempo tudo foi felicidade
Inté que um dia a maldade o meu rancho procurou
Minha cabocla esqueceu seu juramento
Desviou seu pensamento, de outro caboclo gostou

Eu já tô quase inteirado
Do que com vancê se passou
Você tava desconfiado
Ou foi alguém que lhe contou?

Não foi preciso nem que eu desconfiasse
E que ninguém me contasse, ela mesmo me falou
Eu nesta hora senti uma coisa estranha
Uma loucura tamanha que meu corpo inté gelou

Não é precisa conta
Como é que vancê se vingou
Rançou da cinta o punhá
E no peito dela encravou

Não companheiro, eu nem relei na marvada
Levei ela inté na estrada e pedi pra não vortá
E esta cabocla que era linda, era faceira
Hoje é um pau de aroeira onde ninguém qué encostá

Caboclo, gostei de vancê
E da sua resolução
Ela precisa sofrê
Pra pagá sua traição

Ela, coitada!
Vive por esse mundo
Passando de mão em mão
É um sabugo de milho
Rolando por esse chão