Eu tenho meu boi Torino De cochita de vermeio Do pelo fino e macio Que brilha e dá relampeio Trato meu boi com centeio E quando é domingo ele vai pro rodeio Meu boi é valente, eu nunca vi gente Que amontasse nele não fizesse feio Meu boi Torino é pastor Meu boi não é boi carreiro Quando ele era garrote Me custou dois mir cruzeiro Já ganhei muito dinheiro Cruzando o Torino com gado estrangeiro Chegou na mangueira passo a raspadeira O meu boi Torino fica prazenteiro Tiro o meu gado do pasto Passo ele pra invernada O Torino vai na frente Vai chefiando a vacada Toma conta da manada E de alguma onça tem que tomá gorpeada Se ela não corrê vai se arrependê E do boi Torino fica estraçaiada Meu boi não é boi covarde Sarvô da morte um menino Enfrentô o zebu Fumaça Com fama de assassino Pra sarvá o pequenino Torino investiu no zebu felino Meu boi mostrô raça e o zebu Fumaça Morreu foi no chifre do meu boi Torino