Moreninha eu não posso esquecê Ainda ontem eu tava me lembrando Daquela festa que nós se encontremo Na fazenda do seu Vitoriano Nesse dia eu fui obrigado Enfrentar um espanhol e quatro italiano Logo que eu cheguei na festa Eles tavam me provocando Dançando o baile manga de camisa Pra mostrá revólver americano Quando viram minha sarva-vida Da bainha saiu lumiando Os italiano da praça Passaram a barraca por baixo do pano Atravessaram um grande varjedo Do outro lado saíram nadando Foi num frio que fez no mês de junho Na verdade tava inté geando Lá deixaram gravata de seda Relógio de ouro e chapéu mexicano Ajustaram um caboclo valente Lá na festa chegou provocando Diz que já trabaiou com Dioguinho Ajudante do Curitibano Nessa hora meu sangue ferveu Eu disse pra ele Você é um baiano de meia pataca Que veio da Lapa e vorta chorando O caboclo deu uma investida Parecia que vinha voando Mas eu dei um pulinho pra trás Fiz estralá garrucha de dois cano Ele imaginou sua vida Mas devagarinho vou amoderando Nessa hora foi grande arvoroço Todo o povo foi se arretirando O festeiro apagou o lampião E a festa já foi se acabando Eu já fui peão de comitivo Já peguei a unha zebu cuiabano Eu sou duro na aiapa E no cabo da faca eu sou um paulistano Inté a morte sei que me respeita Ela foge do lugar que eu passo Briga dura que outros injeita Eu enfrento e nunca fracasso Tenho raiva de certos caboclo Que faz turma e arrasta bagaço Sendo muito eu resorvo na bala Três ou quatro eu surro de laço Já surrei o galo topetudo Já quebrei o facão de penacho E pra mim tudo é brincadeira Atravesso a fronteira e não me embaraço Eu tenho destreza Coragem e saúde e força no braço