Eu tinha um caminhão Que a marca era Fenemê Sem breque, sem buzina Mas danado pra corrê Fomos buscá uma vaca Que era braba como quê Ela era metida a besta E deu trabaio pra trazê Quando nóis vinha vortando Eu fiquei desconfiado Fenemê bateu num toco Cada um saiu prum lado Já era de tardezinha Fui vê o que tinha se dado Não encontrava o caminhão E a vaca perdeu o rabo Quando avistei o motor Eu fiquei desanimado As biela e os parafuso Vi no chão esparramado Encontrei os dez pneu Numa restinga deitado Passou por cima do espinho E os pneu ficou furado Pra levar meu caminhão Veja o quanto eu padeci Amarrei ele na arve E no peito eu suspendi Eu fazia tanta força Mas não pude arresisti Minha cinta rebentô Ai que vergonha que eu senti Eu cheguei na Rio-São Paulo Tão triste desconsolado Com o calor do mês de março Seu motor tava gelado Chegamos no posto treze Fenemê vinha empurrado O seu Nei chamou o mecânico Pra ver o carro enguiçado A trombada que eu dei Mais do que eu ninguém sentiu Eu fiquei com o zóio torto Meu nariz também partiu Perguntei ao José Sales Porque ele também viu O fedor da gasolina Das costas ainda não saiu