Apenas mais um branco que tem vergonha de branco que pode entrar no banco sem a porta emperrar Descarrego linhas tristes pela ponta da caneta mas queria a baioneta pra poder estilhaçar Derrubar essa Bastilha, estourar a escotilha, lobos fora da matilha só querem rebelião Mando um salve pra família, zona leste área de cria, os moleque é correria, sempre de kit na mão Salve Em São Paulo é tudo cinza, só concreto e gasolina, money, cash, cafeína, mensagens de celular Cidade que nunca dorme, transforma gente em Transformer, uns trabalham outros correm, sinfonia híbrida Uns mesinha na Oscar Freire outros cama de papelão, um governo pastelão, só cachaça, circo e pão Pra engolir tanta fumaça, tanta brasa, tanta farsa, tanta gente dorme em praça, alguns poucos em mansão Ainda me pergunto como é pra ser Ainda me questiono se chegamos lá Ainda viro a noite tentando escrever Ainda perco o sono pra desabafar Tem horas que eu só penso no que vou fazer Tem horas que eu só deixo a hora passar Tem horas que eu preocupo e entro em desespero Mas olha dessas horas eu não vou falar Mais uma noite mal dormida de tanto pensar O mundo é mal e é cruel não dá pra não citar Crianças comendo do lixo e o burguês caviar Uma hipocrisia aperta nossa jugular Não dá pra não lembrar do que disse o velho Rousseau O homem nasce bom só pra depois ser corrompido Não dá pra acostumar a sermos todos eu robôs Com uma mentalidade old Windows 95 Julgamos seres pelas formas, pelas cores, pelas costas Esquecemos do princípio de que tudo se transforma Aplicamos penas tortas, aqui tudo me sufoca, vou pra um país da Europa pra legalizar Ainda me pergunto como é pra ser Ainda me questiono se chegamos lá Ainda viro a noite tentando escrever Ainda perco o sono pra desabafar Tem horas que eu só penso no que vou fazer Tem horas que eu só deixo a hora passar Tem horas que eu preocupo e entro em desespero Mas olha dessas horas eu não vou falar