É manhã e a primavera acende flores nos barrancos Mesmo o sol fica mais branco nos floridos cafezais E este velho boiadeiro um poeta das estradas Lembra então sua boiada, coisas que não voltam mais A saudade machucando, alma, peito e coração Traz de volta a solidão das eternas madrugadas E o peão de boiadeiro já vencido pela idade Vai no lombo da saudade campear sua boiada Ê, ê, ê, ê, ê saudade, saudade da boiada Saudade da pousada, saudade do sertão Ê, ê, ê, ê, ê saudade, saudade boiadeira Saudade companheira da minha solidão Nas estradas do meu peito a saudade boiadeira Se juntou à companheira e velha amiga solidão E vão juntas campeando tantas mágoas que a vida Foi deixando escondidas dentro do meu coração Então lembro mariana, olhos negros, traiçoeiros A paixão do boiadeiro que tanto me fez penar A novilha fugitiva mais arisca da manada Que perdi numa ribada e jamais pude encontrar Ê, ê, ê, ê, ê saudade, saudade da boiada Saudade da pousada, saudade do sertão Ê, ê, ê, ê, ê saudade, saudade boiadeira Saudade companheira da minha solidão