Vivo do jeito que posso Entre o espinho e o jasmim Pra mim a vida gaúcha É o comuço e o fim. Tenho uma companheirada De confiança e meio "locos" Quando s'encontram não param De dar rasteira um no outro. Eu vou, meu bem Pacholendo nas quebradas Total deste mundo véio A gente não leva nada As "veiz" me serve de lei Uma daga flor de buena E todos sabem que chego No cantar das nazarenas. Só quem para "mias" andanças É os peão do delegado Quando manda me buscá Para bater um carteado. Tem gente que vive triste Tendo mais do que precisa E eu me pego cantando Mesmo suando a camisa. Pois quem nasceu rio-grandense Do velório sai pra festa, Chapéu e capa é querência, Gaita chorando é orquestra. No lombo dos aporreados É onde junto meus trocos Tando inteiro eu faço tudo Se não tô só faço um poco. Quando eu bater os mondongos Desta vida que foi guapa Quero ouvir choro de china E barulho de garrafa.