Um dia acordei e tentei
Vestir-te de palavras mil
Para não ter de explicar
A tua geografia
O ritmo das ondas do mar
Esconde muito bem o teu andar
Enrolado e até desajeitado
Parecendo que vais cair
Falta-me o ar
Duas vezes o número um, é matemática de serão
Passado a ouvir a comum, desgovernada confusão
Desta multiplicação, ou adição, prenunciando a divisão
Que faz ganhar o número um.
A ligeireza do teu aparecer
Quase faz a manhã transparecer
O que era seres como um farol
Em pleno continente
Cedo tentei até sair
Do impasse que era ter de decidir
Se amanhã ia nascer o sol
Ou dormia comigo
A brilhar debaixo do lençol
