O amor é bagual velhaco que a própria vida aporreou É um carrapato no lombo de alguém que nele montou. Com coragem e com carinho a gente amansa esse bicho Ou se esparrama num tombo tapado de carrapicho. O amor é potro corcoveando fazendo um cisco no ar É o coração que dispara na hora de ginetear Igual o vento pampeiro num vendaval de prazeres O amor é chincha apertando num só abraço dois seres. O amor é um barco a deriva sobre um rio de calmarias Ou uma chalana solta na fúria das ventanias É uma canção canoeira nos lábios do pescador Que vai cantando rio abaixo num caiaque cortador. Quando a flor linda do amor se abre dentro da gente Se acende uma luz divina que só enxerga quem sente Sobe do peito pra alma e través do olhar seduz Como uma manhã de sol banhando tudo de luz Amor magia e milagre da sementinha que nasce Gloria da germinação em cada olhar que renasce Quem tem um amor na vida faz do mudo uma canção Que adoça a alma de gente e alimenta o coração. Por tudo isso parceiro é que acho que o amor É potro de domar solito com deus de amadrinhador. Por tudo isso parceiro é que acho que o amor É potro de domar solito com deus de amadrinhador.