Toque o engenho bote a cana pra moer Com essa cana eu faço pinga E dessa pinga eu vou beber Tem um ditado quem não bebe e não mente Não pertence a boa gente esse ditado eu segui Por isso mesmo por aqui eu vou dizendo Levo a vida bebendo e bebo mesmo até cair A minha fama já se espalhou pro mundo inteiro O meu nome é pingueiro de fato sou beberrão Levanto cedo e já me encosto no balcão Quando é hora do almoço, já bebi um garrafão A minha noiva veio um dia me dizer Que era pra mim escolher ou ela ou a caninha Pensei um pouco e logo dei o resultado Acabei com o noivado, fui tomar uma caipirinha Quem bebe morre, quem não bebe também morre Esse é um dizer bem certo que eu vejo dizer Por isso mesmo agora estou decidido Bebo chumbo derretido vou beber até morrer Do funil faço a mortaia, do barril faço o caixão Faço uma cruz do pé de cana, me bote o copo na mão No fundo de um alambique eu quero minha sepultura Pra mesmo depois de morto quero ficar na fartura Só um pedido vou fazer quando morrer Ninguém chore minha morte, quem chora são as garrafas E todo povo vai seguindo em coro Gritando por desaforo Morreu o pai da cachaça