Sou do morro Desço a ladeira Num barraco Corre-corre das goteiras Panela, pedaço de plástico, bacia Ta chovendo pra cachorro Tá chovendo pra cachorro Terra de ninguém Cego, surdo, mudo Casa vazia, parede escrita Na rua um grito Quartel dos inocentes Infame, belo e bélico em: Mãos ao alto Malabares invadindo seu habitat Pra quem quer vez Tem que correr Pra quem quer voz Saber calar Água invade meu pensamento Suja rua do lado urbano Rato invade o lôdo do bêco Inundando todo espaço geral