Sábado as 8 horas, momento de tristeza A maldade que estava no ar impera nas ruas com muita frieza Sobre o pacto de extermínio de uma guerra fria São essas as estatísticas da periferia É só maldade, a treta e crueldade A vida no gueto ta foda Difícil de se viver, cotidiano violento Asfalto sangrento, o crime toma conta E terroriza com a favela O delito é criminoso o arquivo é mafioso O verbo é infernal, a sentença é criminal Pois o vento que sopra trás com ele o odor da morte A vida na favela é preciso contar com a sorte Um passaporte, uma viajem no inferno Passo a passo, parceiro eu vou que vou ai dizer tudo que sou Um sentinela da favela que Jesus aqui deixou Criador do mandamento, relógio quanto tempo No alto da favela mais uma mãe que chora Pela perda inesperada do seu filho que foi embora Assassinado brutalmente pelo grupo de extermínio A tático cinza invade a favela Deus cria a rota mata, mas pro crime ela gela Na calada da noite ninguém sabe, ninguém viu Mas um assassinato no extremo-oeste do brasil Senhor eu lhe peço, em minhas orações Livre o gueto e todas as nações O povo inteiro clama em uma só voz Oh Deus nosso pai, por favor olhai por nos Nos hospitais os leitos estão lotados No IML corpos mutilados Enfilerados no aguarde para que seja identificado Para que no amanha não seja sepultado Como se fosse um indigente qualquer Detentos do rap é guiado pela fé No abismo do tormento é empurrado pelo vento Sem perca de ideia porque estou pronto pro arrebento Porque real é o pesadelo que aqui estou vivendo Na era dois mil, no puro veneno De um terceiro milênio por aqui Até agora nada mudou Eu vejo a favela nos prantos na dor Com a morte e a destruição Aqui é só lagrima e sangue Que escorre pelo chão, tensão Eu luto a todo estante Eu tenho que fica ligeiro com tudo ao meu redor Pois o inimigo é astuto E tenta me arrastar pras profundezas do inferno Para que eu seja sentenciado A bola da vez, no pacto trocado Perdido na neblina, no uso da cocaína Porque gueto, favela, morro, viela, rap em ascensão O crime toma conta e destrói com a nação O medo se faz presente no brilho do olhar No gueto somente Deus que pode nos ajudar Nos fazendo trilhar no caminho da verdade No amor na lealdade, na pura simplicidade O rap é a verdade, a voz da comunidade Que expressa o dia-a-dia na periferia, treta, patifaria Covardia da polícia Todos somos alvos fáceis de uma guerra fria A alta sociedade, sujo como mandrake 1, 2 Tic-tac, influenciando o crack Se liga que a ideia é forte Eu bato de frente com a morte Mas sempre conto com Deus pra me abençoar É senhor, eu lhe peço que tenha misericórdia De todos aqueles que se encontram Privados da sua liberdade Que se encontra afastado do gueto Dos seus entes queridos Mas só o senhor pode iluminar nossos caminhos Pois só tu é o Deus de todos os deuses! Senhor eu lhe peço, em minhas orações Livre o gueto e todas as nações O povo inteiro clama em uma só voz Oh Deus nosso pai, por favor olhai por nós