Quando lembro este ditado, tem alguém que me critíca Que o pobre só vai pra frente, quando por sorte tropica Neste país que é tão grande, muita coisa não se explica Mas vão entender meu verso, que é uma verdade eu não minto Vim ao mundo que nem pinto, gritando desperado Pois já nasci espremido, por isso vivo apertado Sou farrapo riograndense Por isso que eu não me calo Minha estampa é a própria pampa Feita a casco de cavalo Sou farrapo riograndense Por isso que eu não me calo Minha estampa é a própria pampa Feita a casco de cavalo Se armou uma tormenta feia, veio em minha direção Apelei pros benzimentos, de machado e de facão Parti a tormenta no meio, mas meu rancho foi pro chão Me escapei mal e garreado, já com as bombacha na mão Eu sempre fui azarado, pelado e apaixonado E por andar apavorado, aprendi este refrão Sou farrapo riograndense Por isso que eu não me calo Minha estampa é a própria pampa Feita a casco de cavalo Sou farrapo riograndense Por isso que eu não me calo Minha estampa é a própria pampa Feita a casco de cavalo Fiz promessa ao pastoreio vou campear a minha sorte Meus passos foi de fracasso, pois o azar foi mais forte Trago na xincha o rio grande galopando o meu ruano Sou mescla de guarani, com templa de castelhano Pode cantar os urutau, pica-pau coruja e sapo Sou caudilho peregrino, sangue guerreiro e farrapo Sou farrapo riograndense Por isso que eu não me calo Minha estampa é a própria pampa Feita a casco de cavalo